quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Corrida maluca


Oi gente!

Fazem três meses desde que escrevi meu último post. Desde agosto a corrida tem me tomado mais tempo do que pude administrar. Acabou que eu não tinha conseguido ainda parar e documentar aqui, tudo que vinha acontecendo.

Vamos lá, contar um pouco da corrida maluca...


 
 
 
 
 
 
 

 


Muitas ideias, muitas ações, mas quem disse que é só tentando que dá certo?

> Música na rua
Entre juntar amigos que sabiam cantar e tocar para ganhar dinheiro na rua,

 




acabamos por conseguir 8 reais. Fomos em um domingo no Ibirapuera (erramos).

> Kits para plantar Girassol
Segunda tentativa, eu e a guerreira Fe compramos um lote de kits com semente de girassóis, inicialmente vendemos no Ibirapuera na feirinha da Virada Ambiental que estava rolando em um domingo,



 

Vendemos bastante, cada kit a 5 reais, com preço/custo dois. Porém, ainda tínhamos cada uma, em torno de 80 kits, duas sacolonas cheias. Ai sobrou pro pessoal do escritório, família, amigos e colegas da facul, colocamos todo mundo pra plantar, haha. Mas ainda tem kit.

Em torno de 320 reais.

> Aulas de sushi
Ai entrou o Bruno, nosso amigo sushiman. Outro conhecido do meu irmão louco por sushi, que trabalhava na época no Empório Eat, na parte de comida japonesa. Com a ajuda dela, montamos uma espécie de curso de cozinha japonesa com quatro módulos. Planejamos os folders, a abordagem, o financiamento necessário, o espaço, público, data e os conteúdos de cada aula:
Módulo 1 – aula de rua > como escolher ingredientes , dicas de como comprar seu peixe, o que era bom e o que não era, como conseguir preços bons.
Módulo 2 – primeira aula no espaço gourmet > introdução a história da comida Japonesa e aulas de tipos de corte com cada tipo de faca. Cortes básicos.
Módulo 3 – espaço gourmet > Experimentações - noções e cortes básicos + degustação.
Módulo 4 – espaço gourmet > Corte avançado. Como cortar o peixe + finalização + kit com três facas básicas e tatame.
 

Enfim, fomos falar com o Bruno e já estava tudo resolvido. No dia em que finalmente achamos um espaço disponível (que fosse perto, coubesse 15 a 20 pessoas, e pudéssemos pagar) olhamos e o arquiteto gênio colocou uma coluna bem no meio da bancada do espaço gourmet. coluna bem larga, de forma a ocupar 6 lugares, deixando disponível apenas 10. ficamos sem espaço. Pra completar, demoramos tanto com o local que o espaço de comida Japonesa do Eat fechou, o Bruno foi demitido e então se mudou pro Rio pois recebeu uma nova proposta. Tínhamos fechado 1.500 para cada, um pouco mais. infelizmente não rolou.

Isso tudo colocando de fora, as mile festas milaborantes com fantasia, festa latina, discotecagem anos 60, para o público mais velho, Bounjour do Pará, com bandas que provavelmente não vão mais falar com a gente, pois nunca conseguimos arranjar um espaço com preço acessível para que rolasse! Aliás esse problema já fez surgir uma nova plataforma para um novo projeto, mas isso é outra história pois isso é para o ano que vem.
> Rifa de paraquedas!
O esquema era, se conseguíssemos com a companhia Queda Livre em Boituva que 10 pessoas saltassem, teríamos um salto grátis. Depois de muuuuito, conseguimos. E tínhamos nossa rifa, mas quem disse que as pessoas queriam comprar tanto assim? haha. Tiramos um dinheirinho, eu por exemplo consegui 140 reais, vendi  14 rifas. O que pagou uma parte do meu salto.
Fizemos o sorteio no evento do grupo e o pai da Fe saiu! Com vídeo e tudo para que fosse legítimo. E ai foi, aaaaaaaaaaaaaaa

(imiggrant song)

> artesanato e culinária
Vender pulseiras (meu amigo Iago me ensinou a fazer), chaveiros de jacaré de misanga (talento doado pela Ni) bolos e encapar cadernos:
um pouquinho aqui outro ali, bastante trabalho nem tanto retorno. deu pra correr atrás no final de 165 reais
 
> Amostra cultural de cartazes
Articular a exposição entre o coletivo Não é importante (conhecidos da faculdade) e o Garrafas Bar (amigos do Pedro, meu irmão), propondo o tema das consequências do desenho urbano atual relacionada ao reflexo direto que tem nas pessoas que vivem esse ambiente, a qual deu certo. Apenas o retorno,  devido a um desentendimento, acabou por não acontecer.


 


> Palestra
Tive ajuda também do meu professor de sociologia Lucas Massimo se disponibilizou a dar a seguinte palestra: “O que há de social na função social do design”, da qual foi um sucesso a divulgação e a proposta, muitas pessoas confirmaram e se mostraram animadas perante o tema. 
 
 
 
 
 

Entre ingressos, cartazes e heathers, 

 
 

Conseguimos reservar na sexta-feira o espaço Madalena 80. Porém, acabou que 9 pessoas apareceram, contando com a gente. Foi incrível tanto pela conteúdo quanto a administração dele ao longo da palestra, o Lucas nos deu muito o que pensar. 
Mas não atingimos o objetivo da arrecadação como gostaríamos.
Pensamos nas falhas, das quais implicavam horário + dia da semana, a não venda de ingressos antecipados, o qual no final, mesmo com toda a divulgação, fez toda a diferença. Foram 200 reais. Dividindo, 100 para cada. O preço de 30 reais, talvez também não foi uma boa tática.

> Trabalho La Fabbrica
Consegui guardar em torno de 1400 reais. O que acabou sendo crucial.
> Cestas de Natal
Meu Avô tem uma empresa que chama-se Serralgodão, todo ano são compradas cestas de natal para os 47 funcionários. Ai no desespero do tempo acabando e eu tendo um pouco menos do que dois mil reais, meu irmão olhou pra mim e disse: Por que você não faz e vende as cestas? Ai foi corre, corre na velocidade do vento. Acabou que consegui fechar com a empresa.

Aí vieram outros problemas. As fornecedoras conseguem colocar em torno de 26 itens dentro de uma cesta com sacola incluindo vinho e sidra pois compram lotes de centenas. O preço fica bem diferente. Nada dava, nada ia. Ai lembrei nas idas e vindas da Ocupação Estaiadinha que havíamos ido com os Oasianos no Atacadista da Barra Funda, foi lá mesmo. Consegui cestas prontas da Bauducco por 41,50 (com 13 itens cada) e Sidras e vinhos que somados davam um pouco mais de 10 reais.  Com todos os livros que havia arrecadado desde a ação do Ponto à ponto (ainda tem livro aqui, muito) pude incluir livros também na cesta. Vendi por 70 reais.

Consegui em torno de 1000 reais.

No meio de tantas:

Junto com a maratona da faculdade e a loucura do trabalho na agência La Fabbrica, aconteceram também muitas coisas.

< Conheci o Comitê Aliança Operário-Estudantil, o objetivo dele é discutir as atuais mobilizações no Brasil e pensar ações que unifiquem a luta da juventude com a classe trabalhadora, principalmente a classe operária. Abertos à qualquer organização de esquerda.

edição de novembro >



Logo que foi fundado, começou a nascer a proposta de um jornal que pudesse dar voz aos operários, fazer as denúncias de abusos que ocorrem nas fábricas e são ignoradas pelas mídias. A proposta era criar um veículo de informação que tanto fizesse a ponte entre as diferentes fábricas e seus operários isoladas nos pontos extremos dessa demografia de cidade que mais parece um país, de maneira que eles pudessem saber o que acontece com operários do outro lado da cidade, quanto também uma importante tentativa de redemocratizar a mídia. A única restrição é, o jornal é classicista. Exclusivo para a fala dos operários, a diagramação e publicação pode ser nossa, porém, o conteúdo seria restrito a ele.

a última edição >

 


Isso ainda não é inteiramente como gostaríamos, o jornal agora tem apenas quatro edições e cresce, mas cresce forte. Por ter ficado meio de lado com todas as loucuras que acontecem ele ficou um pouco de lado, mas pela sua proposta, ele não se enfraquece nem de perto. Rolam distribuições constantes em fábricas, manifestações como as do MTST e muitas outras.


 

< Oasis Parque do Gato

Não satisfeitos, eu, o Bruno e a Fernanda decidimos fazer um Oasis. Na verdade, o Oasis veio até a gente. Quando entrei na La Fabbrica, conheci uma amiga chamada Caren e ela era a produtora cultural de um projeto chamado Revivarte SP. O Revivarte tem como proposta revitalizar espaço urbanos por meio da arte. Usando ela como ferramenta de transformador social e trazendo os grafites do Subtu, Mundano, FEL e RMI, foi feita uma galeria a céu aberto, 15 grafites nas laterais do conjunto do Parque do Gato.

Nessas houve muita coisa pra contar, muita mesmo. Percebemos o quanto é difícil fazer um Oasis onde existem prédios no meio, divisões de minimundos. O alcance é mesmo complicado. A comunidade se enfraquece com isso. Mas valeu cada segundo, muitas histórias e desafios.

 
 
 




 
No final dessa história, acabou começando outra história.

> Ocupação Estaiadinha. Ali olhando para o rio no Parque do Gato, do outro lado se formava uma ocupação de 5 mil famílias que não tinham para onde ir. Aonde por vezes, os meninos do grafite também foram lá pintar.

aonde nos, íamos estávamos começando a articular um novo Oasis para auxiliar de alguma forma.
 
 
As advogadas que estavam no caso perderam a liminar de 90 dias. Em três dias que começou a reintegração, depois do incêndio, todas as moradias se reduziram a isto:
 
 
 
As famílias foram forçadas a se mudar para a calçada da Av. do Estado.
 Na tentativa de fazer com que a causa ganhasse mais visibilidade, fizemos espécies de reportagens para publicar em mídias como a Vírus Planetário, o comitê, as páginas do facebook relacionadas e por aí vai.
Um dos primeiros textos:
 Vou contar com este breve texto para não estender muito. Mas o final dela é que a luta pela moradia dessas pessoas guerreiras continua tão forte quanto o número delas. O descaso da prefeitura é irrelevante a persistência delas.
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E entre tudo isso, eu acabei esquecendo uma coisa importante. Dos outros Guerreiros. Não daqueles que eu já conhecia e tinha alegrias e durezas lindas junto, e muito bem guardadas. Mas daqueles que eram oportunidades transbordando e intocadas por mim, não percebi que tudo aquilo que eu tanto criticava e que pude perceber esse ano, foi exatamente o que eu fiz. O individualismo que eu tanto condenava, acabei sendo puro reflexo dele.
Esqueci o quanto eles eram importantes pra mim e o quanto eles podiam me ajudar, mas também, o quanto eu precisava estar ali para eles.

Até que o Fezão ligou.

Enfim, tô acordada agora. Com os 60 pontos de luz do meu lado e eu do lado deles.

O que está rolando agora:

É, pedi demissão. Meu último dia tinha sido essa sexta, dia seis de dezembro. Não fui na Fuvest, a arquitetura de sonho fica para o ano que vem. Fiz isso, pra conseguir fechar o semestre do jeito que eu precisava, com os trabalhos e intervenções que eram importantes para mim, concluir. Mas principalmente pra eu poder focar no GSA, quanto mais eu falhava em conseguir fazer tudo direito e deixava para depois, mais minha inquietação me dava aquela cutucação ruim de dentro.

Mas tô de volta!
Correndo atrás do que falta... :

1.       Pseudo-freela naquilo que de nada eu entendo
Semana que vem vou ajudar meu pai como assistente no escritório dele. Eles está realmente precisando e vai me dar um dinheiro por isso.

2.       Diversidade em cena >

Ton Amaral, o projeto dele de TCC para máster em Projeto editorial vai girar em torno da construção de uma revista para o público gay masculino. Com o cunho político  focado em desconstruir barreiras e pré-conceitos, vai ser de certa forma ativista, mas pelo viés conscientizador.  
E eu fui contrata para fazer o projeto gráfico da revista, também irei receber por isso.

3.     Sarau 73! > 

Tinha planejado um Sarau: https://www.facebook.com/events/432804463487560/
com poesia, show, dança, bazar e tudo que tem direito.
Mas aconteceu que a guerreira Inês estava com outro evento no mesmo dia! Resolvemos então juntar forças!

A fazer:
1. Festa final de ano >
(ainda não tem nome, mas já tem lugar) Ainda não tem barman mas tem data. Final de semana que vem. Ainda não tem banda mais logo logo já tem evento, identidade, gente e cotoveladas no ar. 
2. Empresas > Montando apresentação para correr atrás de financiamento por empresas. Oferecer Oasis e palestras em troca da captação.
3. Aula Yoga > Correr atrás de um espaço para a Fe ministrar junto com um amigo nosso Julio, aulas de yoga. Já temos alguns possíveis.
4. Ajudar os outros guerreiros com divulgação, apresentação de ppt, cartazes, presença nos eventos e por ai vai.
 
Não sei como vai ser, só sei que as ondas estão boas.